sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

fakeplasticlife

Antes de ontem liguei para uma amiga minha, no qual um dia antes não pude fazer companhia por questões pessoais, em um momento que ela dizia estar precisando de uma companhia e me comunicou isso. No outro dia me encontrei, imagino eu que em situação difente, mas com o mesmo propósito, depois de reolver algumas pendegas que adiei por demais resolver por puro comodismo, me deparei angustiado, não sei bem dizer com o que, mas precisando de companhia.

Relembrando a situação do dia anterior, a contactei e obtive, por iornia do destino, ou não, a mesma recusa da presença, alegando estar ela resolvendo suas pendencias. Mantive um posicionamento forte de que mesmo assim, gostaria de lhe ver (na verdade, forte é o que tentei soar, ja que se aproximava mais a um desespero) e pedi que, assim que a mesma obtivesse sua auforria de suas obrigações, que me comunicasse pois gostaria de lhe encontrar.

Me deparei então com a seguinte situação: Eu, dentro de um carro, não querendo retornar a minha casa, escutando algum tipo de jazz que não sei definir o estilo mas de harmonia bastante melancolica, esperando pro um chamado e pensando no que fazer durante esse meio tempo.

Passei então a dirigir razoavelmente sem direção, andando vagarosamente por algumas ruas da minha cidade que apresentava um clima ameno, dentro do meu carro, pois fora é dificil obter tal clima na minha cidade, quando decidi então parar em um supermercado que estava no meu caminho aleatório.

Escrevendo agora, consigo perceber que, esse supermercado na verdade foi um supermercado o qual ja frequentei para comprar vinhos, cervejas e outros produtos que me fogem a memória quando esssa mesma minha amiga morava a apenas um quarteirão de distância (momento auto-análise). Pois bem, estacionei o carro e adentrei o supermercado sem ter me dado conta do tal fato mencionado agora.

Nesse mesmo supermercado comecei a caminhar com as mesmas pretenções que tinha no meu carro, andar de forma aleatória para passar o tempo até que a ligação de minha amiga fosse efetuada. Durante a caminhada, percebi que passei mais vezes na sessão de bebida do que em qualquer outra, mas esse na verdade não é o motivo nem deste post nem deste blog.

Ao andar pelo supermercado, comecei a perceber a intensa sensação de estar dentro do próprio clipe fake plastic trees do radiohead. O supermercado talvez seja a imagem mais apropriada da nossa sociedade, entramos naquele lugar para consumir os produtos que "necessitamos" pagamos saimos, pronto! e percebi que a comunicação dentro de um lugar como esse se limita comprimentos, pedidos de licença e agradecimentos. Você ja conheceu alguem no supermercado? eu não, talvez você possa ter conhecido pois não duvido de muita coisa nesse muito, apesar de duvidar de tudo, mas sinto como se um fosse um espaço vazio no sentido de perceptividade, de relação, é a representação mais bem refletida de nós.

Mais a frente algo mais me assustou, o clipe está recheado de pessoas bizarras que dont give a fuck as outras pessoas que passam ao seu lado. Eu quase comecei a sentir o mesmo quando percebi que as pessoas que estavam ali simplesmente não demonstravam nada de bizarro, comecei então, eu, a me sentir bizarro tendo todos aqueles pensamentos enquantos todos estavam preocupados em simplesmente achar o preço mais em conta em tal produto. Com isso veio uma sensação meio paranoica de estar andando ja a alguns minutos sem simplesmente pegar nenhum produto em qualquer pratileira, e sentir que as pessoas simplesmente começaram a perceber isso.

Passou em 3 segundos, lembrei que no supermercado as pessoas dont give a fuck pra quem está por perto.

Logo depois de dissipar esse pensamento, passo mais uma vez pela parte das bebidas quando visualizo uma ICECOLA. Risos por 3 segundos, prefiro ela que a próprica coca-cola, risos interrompidos rapidamente pela lembrança que não estou mais tomando refrigerante... perdeu a graça. Mais a frente penso em comprar um doritos e uma cerveja e ficar degustando essas duas maravilhas no meu carro, mas lembrei de um dialogo com uma amiga em ulgum dia anterior no qual eu dizia que "no dia em que eu sair para beber sozinho, ou é alcoolismo ou depressão" Afastei prontamente então a idéia da cabeça, fui andar mais um pouco.

Foi então que me deparei com a televisão dos cachorros. forno dos frangos, girando, todos eles gordos e suculentos. E consegui entender ali a nossa existência. Esses frangos desde o nascimento são cuidadosamente preparados, bem alimentados, aprisionados, até o dia de atingirem o peso ideal para que possam virar uma refeição para nós. Se Deus existe, talvez ele seja o dono desse grande abatedouro, nos alimentando de esperança, fé, desejos, angústias, sofrimentos, enriquecendo fortemente o que chamamos de almas, para que no dia que nós estivermos suculentos, possamos então lhe servir de refeição.

bem vindo ao fakeplasitclife.